“Vou começar a aula
Perante a comissão
Muita atenção, eu quero ver
Se diplomá-los posso
Salve o fessor
Dá nota a ele, senhor
Quatorze com dois, doze
Noves fora, tudo é nosso”

De quem é o primeiro samba-enredo do carnaval do Rio?

Cartola

Resposta

Chiquinha Gonzaga

Resposta

Paulo da Portela

Resposta

Foi em 1939 que Paulo da Portela, presidente da escola de samba que mais tarde levaria seu nome, compôs “Teste ao samba”, considerado por especialistas o primeiro samba-enredo do carnaval do Rio de Janeiro. O nome “samba-enredo” veio da união entre música, enredo e visual do desfile — algo então inédito entre as escolas da cidade, que até então não buscavam uniformizar todos os aspectos de suas apresentações. No dia do desfile, que acontecia na Praça XI, na zona central carioca — o carnaval era de rua, e não havia o sambódromo de hoje —, Portela apresentou-se diante da comissão julgadora como um professor que distribuía diplomas a estudantes, em óbvia associação com a música. A alegoria principal da apresentação era um enorme quadro-negro em que se lia “Prestigiar e amparar o samba, música típica e original do Brasil, e incentivar o povo brasileiro”. Algumas fontes, entretanto, atribuem o primeiro samba-enredo à Unidos da Tijuca.

“Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em Volta Redonda, a cidade do aço
Existe a grande siderúrgica nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial”

Que presidente do Brasil foi homenageado neste samba-enredo?

Luiz Inácio Lula da Silva

Resposta

Getúlio Vargas

Resposta

Juscelino Kubitscheck

Resposta

Interpretado pela Mangueira, o samba “O grande presidente”, de 1956, homenageia Getúlio Vargas, presidente do Brasil entre 1930 e 1945 e, depois, entre 1951 e 1954. Foi um governante que marcou a história do país por diversos motivos, entre eles o incentivo à indústria nacional, simbolizado na criação da Petrobras e da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ). Por sua contribuição para a geração de empregos e pela assinatura de uma legislação trabalhista — a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) —, Vargas atraiu expressivo apoio popular durante anos e costumava ser chamado de “pai dos pobres”. Entre 1937 e 1945, Vargas transformou o Brasil em uma ditadura, chegando a “disciplinar” os carnavalescos cariocas, obrigados a compor sambas sobre temas nacionais e o patriotismo, a fim de apoiar o governo. O samba “O grande presidente” foi feito depois da morte de Vargas, que cometeu suicídio em 1954.

“Com a invasão dos holandeses
Os escravos fugiram da opressão
E do jugo dos portugueses.
Esses revoltosos
Ansiosos pela liberdade
Nos arraiais dos Palmares
Buscavam a tranquilidade”

De que ano é o primeiro samba-enredo sobre Zumbi dos Palmares?

1945

Resposta

1960

Resposta

1920

Resposta

Foi em 1960 a primeira vez em que a história dos negros e da resistência à escravidão foi contada por uma escola de samba. A letra é do carnavalesco Fernando Pamplona, que levou à Salgueiro a biografia de Zumbi dos Palmares (1665-1695) e de seu quilombo. No desfile, contrariando a tendência “luxuosa” do carnaval no período, os passistas se vestiram de escravos — outro ineditismo, planejado para marcar “o negro como protagonista de sua história”. “Quilombo dos Palmares” também marcou a primeira vez em que a Salgueiro ganhou o título do carnaval — a ideia dos jurados era concedê-lo à Portela, mas a pressão os levou a dividi-lo entre as cinco primeiras escolas colocadas.

“Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que a juventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão”

Que fato político marcou o samba “Heróis da Liberdade” (1969)?

A Revolução dos Cravos, em Portugal

Resposta

A instauração do AI-5, na ditadura militar

Resposta

A campanha das Diretas Já, pela redemocratização

Resposta

Interpretado pelo Império Serrano, o samba “Heróis da liberdade” foi a desfile poucos meses após a instauração do AI-5 (Ato Institucional nº 5), decreto assinado em 1968 por Artur da Costa e Silva, segundo presidente da ditadura militar (1964-1985). Por meio dele, os militares atribuíram a si poderes de exceção, abrindo um período de repressão marcado pela perseguição a adversários políticos, prisão, tortura, execuções e censura à imprensa e às artes. Na época, o enredo “acendeu a luz vermelha” dos censores governistas, que chamaram os compositores para prestar esclarecimentos no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão do governo. Os autores negaram intenção subversiva na letra, segundo o jornal O Globo, e o governo aceitou a justificativa. Ainda assim, o samba é considerado simbólico do período.

“Sai do lixo a pobreza
Euforia que consome
Se ficar o rato pega
Se cair urubu come”

Que escola cantou “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”?

Beija-flor

Resposta

Salgueiro

Resposta

Portela

Resposta

Interpretado pela Beija-Flor, “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia” foi um dos maiores sucessos na carreira do carnavalesco Joãosinho Trinta. O samba-enredo é de 1989, em um contexto de crise econômica e política, marcada pelo fracasso do ex-presidente José Sarney em conter a hiperinflação. Adepto do luxo, Trinta decidiu dedicar o desfile ao lixo — ideia cujo ápice estava na proposta de levar à Sapucaí um gigante Cristo Redentor “vestido de mendigo”, rodeado de pessoas em situação de rua. Antes da apresentação, a Arquidiocese do Rio de Janeiro foi à Justiça e obteve uma decisão favorável à proibição do Cristo nos trajes planejados. A produção da Beija-Flor decidiu, então, cobrir a estátua com um saco de lixo, carregando uma placa em que se lia “Mesmo proibido, olhai por nós!…”. O desfile foi um dos mais politizados desde a reabertura política, em 1985.  Mesmo marcante, a Beija-Flor perdeu o campeonato para a Imperatriz Leopoldinense, que fez o memorável “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós”.

“Está em festa o espaço sideral
Vibra o universo, hoje é carnaval
Quero ser a pioneira
A erguer minha bandeira
E plantar minha raiz”

De que ano é “Ziriguidum 2001, um carnaval nas estrelas”?

1999

Resposta

1985

Resposta

2001

Resposta

O samba-enredo “Ziriguidum 2001”, de 1985, foi o primeiro a levar o sistema solar ao carnaval carioca. A letra é de Fernando Pinto, um dos principais carnavalescos da Mocidade, que encabeçou o samba. Imprevisível, a apresentação foi considerada “antológica” pela originalidade do conceito e o “visual arrebatador do desfile”, marcado pela comissão de frente de astronauta e baianas aladas com capacete e antenas. Em 2014, a Mocidade homenageou o samba-enredo de 1985 e a obra de Fernando Pinto, morto em 1987 em um acidente de carro.

“A luz resplandeceu no caos
Anunciando um novo dia
Haja terra, água, fogo e ar
Imensas florestas, terríveis animais
Surge o homem...
Todo mundo nasceu nu
Criou seu aparato, que barato!
Começando o rebu”

Que fato inspirou o samba “Todo mundo nasceu nu” (1990)?

A proibição da nudez no carnaval

Resposta

Uma onda de manifestações pela liberação sexual

Resposta

A história da criação do homem, conforme a Bíblia

Resposta

Em 1990, Joãosinho Trinta levou ao desfile da Beija-Flor o samba-enredo “Todo mundo nasceu nu”, em crítica à decisão da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) de proibir a “genitália desnuda” nas apresentações do carnaval. Um ano antes, a modelo Enoli Lara havia protagonizado o primeiro nu frontal na avenida — fato que se tornou um escândalo. O abre-alas da Beija-Flor contava com esculturas de políticos como bebês pelados, entre eles Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente da República, Fernando Collor (PTN). A escola foi vice-campeã.

“Quero ter a minha terra, ô ô ô
Meu pedacinho de chão, meu quinhão
Isso nunca foi segredo
Quem é pobre tá com fome
Quem é rico tá com medo”

O samba-enredo “E verás que um filho teu não foge à luta” (1996), da Império Serrano, homenageia uma personalidade brasileira. Quem é?

Paulo Freire, pedagogo

Resposta

Sebastião Salgado, fotógrafo

Resposta

Herbert Souza, sociólogo

Resposta

O sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, apareceu no desfile de 1996 da escola Império Serrano, que o homenageou no enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. O samba fazia referência a políticas econômicas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou o Brasil de 1995 a 2002. Alinhada a valores do neoliberalismo, a gestão de FHC foi marcada pela redução da intervenção do Estado na economia, um amplo processo de privatização de empresas estatais e flexibilização de leis trabalhistas. A Império Serrano o criticava pelos efeitos de suas medidas para direitos trabalhistas, a desigualdade no Brasil e a população mais pobre. “Democracia e miséria são incompatíveis”, dizia Betinho, cujas críticas a FHC renderam a homenagem no desfile. Na apresentação, a escola criou uma “ala dos sem-terra”, também em crítica a medidas do ex-presidente antagônicas a grupos que pediam reforma agrária.

“Na floresta, harmonia, a vida a brotar
Sinfonia de cores e cantos no ar
O paraíso fez aqui o seu lugar
Jardim sagrado, o caraíba descobriu
Sangra o coração do meu Brasil
O belo monstro rouba as terras dos seus filhos
Devora as matas e seca os rios
Tanta riqueza que a cobiça destruiu!”

De que ano é o samba-enredo “Xingu — o clamor que vem da floresta”?

1992

Resposta

1998

Resposta

2017

Resposta

Apresentado em 2017 pela Imperatriz Leopoldinense, o samba-enredo “Xingu — o clamor que vem da floresta” faz referência à terra indígena amazônica e à defesa dos povos indígenas. A música, segundo a escola, denunciava investidas recentes de grupos de interesse contra a demarcação de terras indígenas e a preservação do meio ambiente. A região do Xingu vivia na época os efeitos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, empreendimento dos governos petistas que levou à remoção de comunidades ribeirinhas e pode ter afetado a biodiversidade local. O foco da crítica do desfile, contudo, foi o agronegócio — a Imperatriz criou uma “ala do agrotóxico” de passistas vestidos como se fossem rótulos de veneno. Na época, entidades ligadas ao setor protestaram.

“Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar, não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social”

De qual escola é o desfile mais comentado de 2018?

Salgueiro

Resposta

Mangueira

Resposta

Paraíso de Tuiuti

Resposta

O samba-enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” foi lançado em 2018 pela escola Paraíso de Tuiuti. A música faz uma crítica à política e à reforma trabalhista do ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu o país de 2016 a 2018 após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Na apresentação, desfilaram uma sucessão de carteiras de trabalho e um boneco, em referência a Temer, caracterizado como um “vampiro neoliberal”. Seu governo, segundo a crítica, poderia trazer ao país uma espécie de “escravidão moderna”. Tanto o enredo quanto o boneco de Temer fizeram sucesso na época — uma surpresa para a Paraíso de Tuiuti, uma escola pequena do Rio. Apesar da conquista, o “vampiro” da Tuiuti não ganhou o campeonato — o título ficou para a Beija-Flor, que levou ao desfile o samba-enredo “Monstro é aquele que não sabe amar (os filhos abandonados da pátria que os pariu)”, sobre intolerância contra religiões de matriz africana.

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